Cá estou de novo em mais um poema rimado pela bramura dos dias. Depois de “Sonho Matutino” apresento ALMA CATINGUEIRA. Não uma alma de assombração e livuzia, fruto da imaginação, não é alma de ilusão e fantasia, penada nas estradas fazendo esparramo. Não é a alma da riqueza do banqueiros, por traz dos gabinetes camuflando o verdadeiro aspecto, nem uma alma erudita de linguagem esquisita exibindo intelecto. Minha ALMA CATINGUEIRA foi feita em riba de esteira numa cama de cara, nasceu por mais de uma parteira numa casinha de enchimento, dormiu nu colchão de junco, bebeu leite de cabra, sentiu sede nos tempos de seca, provou o gosto azedo da fome nos dias minguados…
Essa ALMA que apresento tem força para sorrir nas horas doídas e lágrima para derramar com irmão que chora. Minha ALMA CATINGUEIRA é da roça e da cidade, analfabeta e bem instruída. Tem os pés plantados no chão enraizados na sua origem, a cabeça voltada para as estrelas, mais perto do mundo da lua e o coração dentro do peito, bem próximo do abraço, que fica romântico e se derrete Dodo na delicia de um abraço.
Essa ALMA é simples como o riso de uma criança, sonhadora com olhos de meu povo é está aberta deixando-se conhecer...
Eu.
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