O grande passo da humanidade se dá quando esta se descobre participante do poder criador do Ser Supremo. Neste mundo mágico da Literatura, contemplamos, em meio às letras, o ato criador do literata, que, vocacionalmente dá vida aos seus vocábulos. Jota Neris inscreve-se no âmago criador das palavras. A sua escrita nos faz percorrer o instigante caminho do conto literário mediante sua obra "10 contos dezencontros".
Como é doce ao nosso paladar literário degustar cada conto de nosso escritor baiano-mineiro, ou seria mineiro-baiano?
O livro como o próprio título sugere apresenta-se com dez contos bem redigidos ao estilo pós-moderno de se enveredar pelas searas de nossa cotidianidade. Somos fustigados a nos reconhecer em vários de seus contos, sobretudo os que nos envolvem na fascinante época escolar. A adocicada casa dos doces; Pedidinho e Poeta da estrada.
Há também os contos que nos fazem rememorar nossa adolescência e juventude pelas travessuras, paixões e aventuras próprias de quem está à procura de conhecer os enredos da vida: Dois nove; O prazer daquela dança; Preço de banana; Que doce beijo.
Jota Neris escreve como um poeta em prosa na arte de ofertar vida à palavra e fazê-la voltar ao leitor, o qual livremente recria, em seu íntimo imaginário, o mundo ao seu redor. Neste ato de recriar-se, o autor sugere ao leitor temáticas dos desencontros e da brevidade da existência humana: O nosso amor morreu; Presentinho falante; Última visita.
Que o leitor, razão da existência do autor, aprecie a obra deste talentoso escritor que se dispôs a reconstruir com originalidade fatos corriqueiros de nossas reminiscências cotidianas de um existir humano neste mundo circundante.
Mozart Tanajura Júnior
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